Parar, respirar, meditar. Até no trabalho

Parar, respirar, meditar. Até no trabalho

Em busca de melhor desempenho profissional e de mais qualidade de vida (dentro e fora da empresa), muita gente está se rendendo à meditação. Entenda por que a prática funciona

Cérebro turbinado

Parece mágica, mas não é. Os efeitos da meditação no bem-estar e na saúde são estudados desde os anos 70, e de lá para cá vários trabalhos revelaram que praticá-la regularmente, sem a necessidade de vínculo com qualquer religião, ajuda a aliviar o estresse e a ansiedade.

Mais recentemente, meditar virou febre no mundo corporativo graças aos benefícios comprovados para a redução da tensão e também para a manutenção do foco e a regulação dos impulsos emocionais — na prática, é como abrir uma brecha entre a emoção e o instante da decisão, evitando a reação impulsiva.

Isso porque, além de relaxar, a atividade é capaz de modificar estruturas e funções cerebrais, como mostrou um estudo realizado pela bióloga Elisa Kozasa, do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, uma das maiores pesquisadoras do mundo sobre os efeitos da meditação na saúde e nas funções cognitivas.

O trabalho, publicado na revista científica americana NeuroImage, comparou o cérebro de pessoas que meditam regularmente (pelo menos meia hora, três vezes por semana) e que não meditam. “As que não praticam precisam ativar mais regiões para realizar a mesma tarefa de atenção”, afirma Elisa. “É como se o cérebro de quem medita fosse mais eficiente.”

Outro estudo, conduzido por neurocientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, submeteu voluntários a um programa de oito semanas com 45 minutos de meditação por dia e revelou um aumento na capacidade de controlar um tipo específico de onda cerebral ativada por informações que geram distração e dissipam a atenção.

Ou seja, meditar devolve o foco, habilidade essencial, mas tão em falta em um mundo digital, acelerado e lotado de estímulos como o de hoje.

 

Foco no indivíduo

As mudanças velozes no universo empresarial exigem adaptações no modelo mental. “Não dá para enfrentar os problemas da mesma maneira de antes”, afirma Jair Moggi, sócio e diretor da Adigo Consultores, em São Paulo. “A meditação trabalha o equilíbrio entre razão e intuição, bastante valorizado nos negócios.”

Entre as gigantes de tecnologia e inovação, há quem trate a meditação como “a nova cafeína”, pela capaci­dade de aumentar a atenção e manter a mente alerta, e também, é claro, pelo que isso pode significar para a produtividade.

Fonte: http://exame.abril.com.br/carreira/a-meditacao-produtiva/